É o momento de comprar as ações da Vivara (VIVA3), após tombo de 18% na última semana, afirma o Bradesco BBI, em relatório divulgado nesta segunda-feira (25).
Os últimos dias foram nada bons para a companhia na bolsa. A notícia inesperada de mudança de CEO levantou preocupações quanto ao futuro da rede de joalherias e às mudanças que poderiam acontecer com o fundador Nelson Kaufman retornando ao comando.
Porém, devido à recepção negativa do mercado, Kaufman acabou renunciando ao cargo de diretor presidente da Vivara. O conselho de administração acabou nomeando Otavio Lyra para assumir a cadeira, com o executivo continuando a exercer interinamente o cargo de diretor financeiro e de relações com investidores da companhia.
Os conselheiros decidiram que Kaufman passará a desempenhar a função de presidente do conselho de administração da Vivara. Já João Cox Neto seguirá como membro do conselho e será nomeado para a nova posição de vice-presidente do colegiado.
Vivara tenta mitigar os danos
O BBI vê o anúncio como positivo. De acordo com a instituição, depois de uma crise de governança, as medidas da empresa para tentar mitigar os danos percebidos são bem-vindas.
“Esperamos ver a Vivara fortalecer ainda mais a sua governança, a fim de aumentar a confiança dos investidores na tese”, comentam Pedro Pinto, do BBI, e Flávia Meireles, da Ágora Investimentos.
Os analistas enxergam o nível atual de valuation como um “ponto de entrada atraente”. Embora entendam que os erros do passado não serão facilmente apagados, a empresa, negociando a 11 vezes o múltiplo P/L (Preço/Lucro) para 2025, está com um desconto de aproximadamente 10% em relação aos pares.
“Vemos as ações como descontadas do ponto de vista fundamentalista, e acreditamos que o pior deveria estar, em grande medida, no passado”, reforça a dupla de analistas.
Segundo o BBI, mesmo que o múltiplo deprimido seja preservado, VIVA3 deveria ter um bom carrego subjacente com base em crescimento de lucros futuros em torno de 20%.
Ainda, para justificar os níveis atuais de valuation, os fundamentos teriam que ser “dramaticamente corroídos, o que parece improvável”, completa a casa, reforçando a recomendação de compra.
A XP Investimentos também comentou sobre a mudança na governança, classificando-a como “um ajuste de rota positivo”. A corretora acredita que isso deve evitar mudanças estratégicas abruptas, ao passo que o assento no conselho se encaixa melhor a Kaufman.
A XP também tem recomendação de compra para VIVA3, destacando que a dinâmica de resultados de curto prazo permanece sólida.