Preço do Bitcoin pode cair até US$ 43 mil se suporte crucial for perdido, afirma analista


Às vésperas do fechamento mensal de abril, o Bitcoin (BTC) caminha para registrar seu primeiro mês de queda desde agosto do ano passado. Negociado um pouco abaixo de US$ 64.000 na noite desta segunda-feira, de acordo com dados da CoinGecko, o par BTC/USD não terá forças para reverter a queda de aproximadamente 10% acumulada desde o início deste mês.

O panorama atual tem se mostrado desfavorável para as criptomoedas e o Bitcoin. A instabilidade geopolítica segue perturbando o mercado devido às incertezas que pode causar no cenário macroeconômico global, gerando mais pressão inflacionária nos Estados Unidos.

A situação é agravada por dados recentes que indicam que a maior economia do mundo pode estar entrando em um período de estagflação – uma combinação de alta de preços para os produtores e consumidores com crescimento econômico reduzido ou até mesmo negativo.

O otimismo em torno dos fundos negociados em bolsa (ETFs) também parece estar diminuindo. Apesar de o fechamento mensal de abril coincidir com o lançamento dos ETFs de Bitcoin e Ethereum (ETH) em Hong Kong, os influxos dos fundos negociados em bolsa dos Estados Unidos seguem negativos. Resgates líquidos de US$ 218 milhões e de US$ 120 milhões foram registrados em 24 e 25 de abril, respectivamente.

O analista Diego Consimo, fundador da Crypto Investidor acrescenta que uma nova onda de FUD (medo, incerteza e dúvida) regulatório nos Estados Unidos deve provocar novas quedas no mercado. O analista enfatiza que, se o suporte de US$ 59.000 for rompido, o Bitcoin poderá recuar para a faixa dos US$ 40.000.

“Se aplicarmos a mesma lógica de ciclos anteriores para o ciclo atual, estamos falando de o BTC buscar a faixa entre US$48.000 a US$ 43.000, em um movimento que vai de encontro ao padrão histórico do Bitcoin de corrigir entre 30% e 40% após o halving“, conforme demonstram as regiões marcadas em vermelho no gráfico abaixo.

Gráfico semanal do comportamento de preço do Bitcoin em torno do halving. Fonte: TradingView/Crypto Investidor


Apesar do cenário atual, existem perspectivas otimistas

Para contrabalançar o pessimismo momentâneo do mercado, um relatório de pesquisa da gestora norte-americana Bernstein publicado nesta segunda-feira, 29, afirma que a inversão momentânea dos fluxos dos ETFs dos Estados Unidos é um movimento natural após as máximas registradas em março. Segundo o relatório, ainda há espaço para crescimento da demanda institucional no médio e longo prazo.

“Há um tempo natural de maturação até que o Bitcoin se torne uma recomendação aceitável de alocação de portfólio e as plataformas estabeleçam as suas estruturas de conformidade para vender produtos de investimento em Bitcoin”, afirma a Bernstein.

A gestora mantém a previsão de que o topo do atual ciclo de alta será alcançado em 2025, quando o par BTC/USD deverá chegar a US$ 150.000. 

Em outra nota otimista, o perfil do WuBlockchain, portal asiático especializado em criptomoedas, afirmou em uma postagem no X (antigo Twitter) que os emissores dos ETFs de Hong Kong expressaram confiança que a demanda pelos produtos a serem listados na terça-feira, 30, fará com que os valores movimentados no primeiro dia de negociação dos fundos asiáticos supere o volume de US$ 125 milhões negociado na estreia dos ETFs dos EUA.

Por sua vez, o analista e fundador da Crypto Investidor acredita que a manutenção do suporte de US$ 59.000 deve estabilizar o preço do Bitcoin. Em seguida, um período de acumulação similar àqueles registrados após os três halvings anteriores deve preparar o preço do Bitcoin rumo a novas máximas históricas:

“Caso o BTC entre num processo de lateralização acima de seu primeiro suporte e consiga romper a linha de tendência de baixa (LTB), atualmente em torno de US$ 72.000, o alvo seria os tão sonhados US$ 100.000.”

“Assim, maio também poderá ser “o mês da reversão e de início da Bullrun do Bitcoin”, conclui Consimo, conforme os cenários delineados no gráfico abaixo.

Gráfico semanal anotado BTC/USDT (Binance). Fonte: Crypto Investidor

Alinhando-se às perspectivas pessimistas do mercado de criptomoedas, na semana passada os produtos de investimento em ativos digitais registraram US$ 435 milhões em saques, de acordo com um boletim divulgado nesta segunda-feira pela CoinShares. Foi a terceira semana consecutiva de influxos negativos. 

Contrariando a tendência, os fundos disponíveis no mercado brasileiro registraram um saldo positivo de R$ 20 milhões em aportes, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente.

Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletem as posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar uma decisão.





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