o caminho para aumentar a inclusão financeira e a economia digital

A brecha histórica que tem limitado a participação das mulheres no espaço público é ainda mais visível em setores como o financeiro e o tecnológico. Ao ter a interseção de ambos os ramos, o mundo das finanças digitais têm desafios importantes para impulsionar a participação feminina, ao mesmo tempo que destaca as vantagens de uma indústria, potencialmente, inclusiva.

Assim, em meio às celebrações do mês da mulher, é essencial destacar o papel fundamental das mulheres na liderança e inovação, especialmente em setores tradicionalmente dominados pelo sexo masculino, como o de finanças, como é o caso de Vanessa Oliveira Ferreira e Cristina Maria Toyota Maduro, ambas atuando na TecBan.

Com uma carreira de 23 anos na TecBan, Vanessa Oliveira Ferreira destaca-se como uma líder determinada. Formada em Ciências da Computação pela UNESP e especialista em Gestão de Negócios pela ESPM, Vanessa lidera equipes e desenvolve soluções tecnológicas inovadoras para o ecossistema financeiro.

Seu mais recente desafio envolve liderar um estudo para viabilizar a adoção de Inteligência Artificial no desenvolvimento de software, uma área historicamente dominada por homens.

Vanessa relatou ao Cointelegraph que enfrentou obstáculos desde os primeiros dias de faculdade, onde a presença feminina era escassa e frequentemente desafiada. No entanto, ela encontrou força na adversidade e aprendeu a confiar em si mesma. Seu ponto de virada veio quando percebeu que os momentos mais bem-sucedidos de sua carreira ocorreram quando ela abraçou sua autenticidade e parou de competir com os padrões impostos pela sociedade.

Além de sua dedicação à Tecnologia da Informação, Vanessa também atua como diretora voluntária no Instituto Internacional de Análise de Negócios, promovendo a valorização da análise de negócios e apoiando outras mulheres em suas jornadas profissionais.

Com uma trajetória de 26 anos na TecBan, Cristina Maria Toyota Maduro é uma líder comprometida. Graduada em Ciências da Computação pela Universidade Estadual de Maringá, Cristina lidera o time de Business Intelligence (BI) da TecBan. Seus desafios incluem o constante aprendizado em um setor onde a tecnologia evolui rapidamente, enquanto equilibra suas responsabilidades familiares.

Para Cristina, o nascimento de suas filhas foi um ponto de virada significativo em sua carreira. Além de trazer uma nova perspectiva para seu papel como líder, a maternidade proporcionou um maior senso de empatia e compaixão, não apenas em relação às suas colaboradoras, mas também em relação a outras mulheres na empresa. A experiência da maternidade a ajudou a desenvolver habilidades de liderança essenciais, fortalecendo sua capacidade de apoiar e inspirar sua equipe.

Mulheres e cripto

De acordo com o primeiro Cenário cripto na América Latina, realizado pela Bitso, durante a segunda metade de 2023, as mulheres representaram 27% do total de pessoas que usaram a plataforma. A taxa de participação avança à medida que a idade aumenta, passando para 43% quando se analisa o grupo das maiores de 65 anos.

Segundo a Bitso, neste mês da mulher, é importante analisar os motivos multifatoriais que têm impedido a inclusão feminina nas indústrias, assim como revisar as possíveis medidas que permitem acabar com a distinção de gênero e impulsioná-las ainda mais a se incorporar às finanças digitais.

Representação no mercado de trabalho: Impulsionar a presença de mulheres em cargos diretivos e de tomada de decisão vai além das cotas de gênero. Há um impacto positivo não apenas dentro das companhias, mas também fomenta a criação de produtos e serviços que atendam a outros setores e cheguem a mais mulheres. No início do ano, a Bitso se comprometeu a alcançar 50% de mulheres em posições diretivas até 2025.

De acordo com os relatórios focados na importância da inclusão, a distribuição equitativa de gênero nas equipes de trabalho também tem repercussão direta no desempenho financeiro das empresas. Times com participação igualitária de mulheres tinham 15% mais probabilidade de um maior crescimento econômico em 2015 e de 39% em 2023.

Impulsionar a educação e a presença de mulheres na STEM: A falta de referências e acesso das mulheres em áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM, por suas siglas em inglês) tem tido influência na sua baixa participação nestes âmbitos. A UNESCO menciona que as mulheres representam 30% dos pesquisadores em ciência.

Além disso, existe também uma lacuna educacional significativa que faz com que as mulheres tenham dificuldades para gerenciar risco, acessar serviços financeiros e alcançar um progresso econômico, segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento da América Latina e do Caribe.

Autonomia financeira das mulheres: O trabalho não remunerado, os estereótipos de gênero a respeito das finanças e a falta de informação são alguns dos fatores que impedem que elas acessem serviços e produtos financeiros. De acordo com o último relatório sobre a Inclusão Financeira no Mundo, nos países com economias em desenvolvimento, 74% dos homens e 68% das mulheres contam com algum produto financeiro. 

As maiores dificuldades para ganhar dinheiro, assim como os salários menores, também fomentam uma tendência de investimento e poupança mais conservadora. Segundo dados da Bitso, a carteira média das mulheres têm uma maior presença de criptomoedas mais consolidadas, como bitcoin e ether, e apresenta duas vezes mais moeda fiduciária (local) que no caso dos homens.

A inclusão financeira impulsionada pelos criptoativos e a tecnologia blockchain têm tido uma repercussão importante em setores menos bancarizados ou com pouco acesso a sistemas financeiros tradicionais. Os baixos custos da tecnologia são ideais para incorporar mais mulheres e engajar sua participação.

“Na Bitso, sempre buscamos formas de incorporar a perspectiva de gênero dentro da companhia, pois sabemos a importância que tem a diversidade na criação de produtos e serviços que atendam a diferentes necessidades e estimulem a adoção dessa tecnologia por mais mulheres”, disse Angélica Castellanos, Diretora Global de Operações na Bitso.



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