Investir em ETF spot de Bitcoin gera mais de 6% de prejuízo do que comprar Bitcoin em exchange ou P2P, aponta análise

Investir em Bitcoin tem sido uma alternativa cada vez mais popular para diversificar carteiras de investimento. No entanto, a escolha entre investir diretamente na criptomoeda ou através de um Exchange-Traded Fund (ETF) pode gerar dúvidas para os investidores.

Luis Coelho, analista de criptoativos da Futokens, compartilhou com o Cointelegraph uma análise comparativa e revelou as distinções significativas em termos de retorno e exposição ao mercado, entre elas a de que ao investir em um ETF spot de Bitcoin os investidores tem um ‘prejuízo’ de cerca de -6.46% quando comparado a compra direta do BTC por meio de exchanges ou P2P.

Um ETF, ou Exchange-Traded Fund, é um tipo de fundo de investimento negociado em bolsas de valores, assim como ações. Ele é projetado para rastrear o desempenho de um índice, commodity, título ou uma cesta de ativos subjacentes. Um exemplo é o BITH11, que busca acompanhar a variação do índice Nadasq Bitcoin Reference Price.

“O ETF tem a vantagem de estar dentro do mercado regulamentado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), facilitando o investimento para quem não está familiarizado com a compra e custódia direta de criptomoedas. Além disso, investir por meio de um ETF proporciona a segurança de estar na Bolsa de Valores, onde há regulação e proteção”, segundo Luis Coelho.

No entanto, ele também aponta que há desvantagens a serem consideradas. Entre elas, que o ETF fica restrito à negociação no horário da Bolsa e pode incorrer em taxas de administração. Além disso, em situações extremas, como uma guerra, os investidores não têm acesso direto aos seus fundos, pois não possuem as chaves privadas das criptomoedas.

“Fundos também cobram taxas de gestão e despesas, o que pode reduzir os retornos ao longo do tempo”, conclui.

Investimento direto em Bitcoin via exchanges ou P2P

Luís Coelho enfatiza que o investimento direto em Bitcoin oferece uma experiência única de empoderamento financeiro.

“Com a compra através de P2P (peer-to-peer), os investidores têm total controle sobre suas transações, refletindo o princípio fundamental da descentralização das criptomoedas. A capacidade de negociar 24 horas por dia é outro ponto crucial, permitindo que os investidores aproveitem oportunidades de mercado em qualquer momento”, destaca.

Por outro lado, Coelho adverte que a ausência de regulamentação pode deixar os investidores expostos a fraudes e golpes, representando uma ameaça à segurança dos seus ativos digitais. 

O analista conduziu uma análise prática comparando quais teriam sido os retornos do ETF BITH11 e de comprar Bitcoin diretamente caso o ETF tivesse sido aprovado em 2023 (o ano foi escolhido para calcular as diferenças entre os investimentos com dados de 12 meses). 

Ao analisar o desempenho do ETF BITH11, Coelho observou um aumento de aproximadamente 159% no valor da ação, passando de US$ 3,9 para US$ 10,11 dentro do período em questão. Enquanto isso, o Bitcoin registrou um aumento de mais de 163%, subindo de US$ 16.680 para US$ 44.000 no mesmo período.

Simulando um investimento inicial de 500 reais, Luís destaca que um investidor teria lucrado R$ 766 com o ETF BITH11 e R$ 819 com o Bitcoin direto, uma diferença de 6.46%, favorecendo a compra do Bitcoin direta.

“Os ETFs oferecem conveniência ao serem negociados em um mercado regulamentado e serem gerenciados por profissionais experientes, mas estão sujeitos a taxas e restrições. Por outro lado, as criptomoedas proporcionam transparência e controle, mas são mais suscetíveis a golpes e volatilidade. Ao comparar o desempenho do BITH com o BTC em 2023, observamos que ambos tiveram aumentos significativos, mas o Bitcoin teve um desempenho ligeiramente melhor”, finalizou.



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