A inflação vai continuar sua tendência descendente nos próximos meses, afirma o Banco Central Europeu (BCE) em boletim econômico divulgado quinta-feira, 21,. Segundo a instituição, a inflação deve retornar à meta conforme os custos de trabalho fiquem mais moderados e os efeitos do choque energético na Europa continuem se dissipando.
De acordo com o texto, porém, atualmente as pressões internas sobre preços continuam excessivamente elevadas, em parte devido ao crescimento ainda robusto dos salários, e também pela queda da produtividade do trabalho no bloco econômico. Os dados recentes começam a dar os primeiros sinais de abrandamento no crescimento dos salários, diz o BCE, o que pode ser positivo.
O boletim destaca também que a economia do bloco econômico continua excessivamente fraca, e agora deve entrar em período de recuperação gradual, até o fim de 2024. À medida que a inflação diminui e os salários continuam a crescer, os rendimentos reais irão recuperar, apoiando o crescimento, espera o BCE.
Mesmo assim, os riscos para o crescimento econômico estão voltados para o sentido descendente. “O crescimento econômico pode ser menor se os efeitos da política monetária se revelarem mais fortes do que o esperado”, escreve o boletim, conforme os aumentos de taxas anteriores pelo BCE continuam a ser transmitidos à economia. Além disso, uma economia mundial mais fraca ou impactos maiores na geopolítica global podem pesar sobre o processo desinflacionário, diz a instituição.