ETFs de criptomoedas da Hashdex e QR Asset atingem R$ 4,5 bilhões e entram no Top 10 no Brasil

Negociados desde 2021 na B3, a Bolsa de Valores do Brasil, os fundos negociados em bolsa (ETFs, na sigla em inglês) baseados em criptomoedas das gestoras Hashdex e QR Asset estão no Top 10 em ativos sob gestão (AuM, na sigla em inglês) com um volume de R$ 4,5 bilhões, segundo Ranking de Gestores de Fundos de Investimento, divulgado no final de abril pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

De acordo com o monitoramento, os 10 maiores AuM em ETFs no país totalizam R$ 31,1 bilhões, a maior fatia dividida entre a BlackRock, com mais de RS$ 16,5 bilhões, e a Itaú Asset, com quase R$ 13,9 bilhões. Em relação às gestoras de ETFs de criptomoedas, a Hashdex aparece na terceira colocação com mais de R$ 3,9 bilhões enquanto a QR Asset ocupa a oitava colocação com R$ 627,3 milhões.

Ao Valor, o CIO da Hashdex, Samir Kerbage, disse que o avanço desse segmento de ETFs refle o sucesso das criptomoedas e que essa indústria ainda tem muito campo de crescimento. Já o gestor de investimentos da QR Asset, Theodoro Fleury, lembro que o Brasil é pioneiro na regulamentação desse segmento na América Latina, já que, até 2021, só havia ETFs de criptomoedas no Canadá.

 Kerbage revelou que o HASH11, da Hashdex, que replica o índice Nasdaq Crypto Index e que está vinculado a uma cesta de criptomoedas, classificado como o maior ETF de criptomoedas do mundo em 2023, já captou R$ 500 milhões este ano e que ocupa a quinta colocação na B3 em patrimônio líquido.

Por sua vez, o QBTC11, da QR Asset, primeiro ETF da América Latina 100% lastreado no Bitcoin (BTC), está entre os cinco primeiros colocados no quesito número de cotistas, com cerca de 40 mil investidores.

Samir Kerbage defendeu maior clareza da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em relação aos ETFs de criptomoedas como um passo adiante da Resolução 175, que definiu em 2022 novas regras para os Fundos de Investimento nacionais, ocasião em que as gestoras puderam investir até 10% de seu patrimônio em criptomoedas.  

Em outra frente, o executivo saiu em defesa da mudança do atual modelo de honorários pagos aos assessores de investimento, que atualmente é o chamado “rebate”, em que a corretagem já está embutida no produto de investimento e com taxas entre 0,5% e 2%, pagas pelos clientes. Na avaliação dele, o modelo ideal é a adoção de um percentual fixo anual como forma de incentivo de alinhamento dos assessores aos interesses de seus clientes.

Na última semana, investidores nacionais aportaram R$ 28,7 milhões globalmente e ignoraram recuo semanal sobre investimentos em produtos de criptomoedas, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.



LEIA MATÉRIA ORIGINAL