Uma comparação proposta recentemente pelo analista de criptomoedas pseudônimo Crypto Koryo revelou que a diferença na relação de risco-retorno entre memecoins e altcoins de grande capitalização de mercado tem se mostrado consistentemente mais favorável às moedas de cães, gatos e sapos desde o início deste ano.
Em uma postagem publicada no X, o analista comparou 10 memecoins populares com um conjunto de 10 altcoins selecionadas, mostrando que enquanto os retornos das primeiras foram significativamente superiores até agora em 2024. Por sua vez, as retrações máximas tanto de memecoins quanto das altcoins têm alcançado patamares próximos.
As altcoins selecionadas foram Pendle (PENDLE), Kujira (KUJI), Dymension (DYM), Celestia (TIA), Starknet (STRK), Altlayer (ALT), Bittensor (TAO), Sui (SUI), Near (NEAR) e Ethena (ENA). Enquanto as memecoins foram Popcat (POPCAT), Grok ($GROK), Mog Coin (MOG), Bonk (BONK), Coq Inu (COQ), Dogwifhat (WIF), Floki Inu (FLOKI), Pepe (PEPE) Shiba Inu (SHIB) e Dogecoin (DOGE).
Com uma média de retração máxima de -62% para as memecoins contra -59% para as altcoins, a percepção de maior risco associado às primeiras pode não ser tão acentuada quanto se supunha, afirmou Crypto Koryo.
Além disso, os retornos médios registrados este ano até agora destacam o potencial de rentabilidade superior das criptomoedas virais. Enquanto as dez altcoins analisadas apresentam um retorno médio de 22%, as memecoins registram uma valorização média de 800%, evidenciando uma relação de risco-retorno expressivamente mais favorável às memes.
Embora se trate de uma amostragem arbitrária, tanto as altcoins quanto as memecoins selecionadas por Crypto Koryo possuem capitalizações de mercado superiores a US$ 200 milhões, exceto o GROK.
Assim, não é verdade que as retrações máximas das memecoins são “muito superiores a de projetos com bons fundamentos”, conclui:
“As retrações máximas variam 5% em média entre uma categoria e outra, mas essas memecoins superaram em quase 40 vezes os retornos das moedas de capitalistas de risco!”
Interesse institucional por memecoins não diminui riscos
Os retornos expressivos, muito superiores à média do mercado de criptomoedas mais amplo, têm despertado o interesse de gestoras e investidores institucionais em memecoins.
Em 14 de março, a gestora de investimentos baseada nos Estados Unidos, Franklin Templeton, divulgou uma nota para investidores afirmando que, embora as memecoins “não tenham valor ou utilidade inerente”, elas têm potencial para proporcionar lucros rápidos aos investidores.
Além disso, o índice de Memecoins da MarketVector, uma subsidiária da gestora de ativos VanEck, vem destacando-se em 2024 por apresentar uma performance 15 vezes superior ao do S&P500. Enquanto o índice criado durante o ciclo de alta de 2021 acumulava ganhos de 137% até 9 de maio, o S&P 500 registrava alta de 9,3% no mesmo período.
Alexandre Bianchi, especialista no mercado de criptomoedas, destaca a crescente aceitação institucional das altcoins e memecoins como um indicativo de mudança na percepção de risco desses ativos em depoimento ao Cointelegraph Brasil:
“Instituições como a VanEck e a Franklin Templeton têm processos rigorosos de diligência, e o envolvimento de ambas nesse nicho do mercado sugere uma avaliação positiva do potencial de lucratividade e da segurança desses investimentos.”
No entanto, Bianchi discorda da tese de que o risco das memecoins seria menos elevado do que de altcoins com bons fundamentos. Segundo o especialista, elas só fazem sentido para investidores que tenham apetite elevado pelo risco e uma estratégia de investimento focada no curto prazo:
Memecoins podem valorizar exponencialmente em um curto espaço de tempo, muitas vezes impulsionados por fenômenos culturais ou sociais, como tweets de celebridades ou tendências nas redes sociais. No entanto, esses mesmos fatores podem rapidamente reverter, levando a perdas significativas.”
A ausência de casos de uso ou fundamentos pode comprometer a sustentabilidade e o crescimento das memecoins no longo prazo, adverte Bianchi. Embora as altcoins possam entregar retornos menores, elas são mais adequadas para investidores focados no longo prazo e que tem mais aversão ao risco:
“Altcoins também podem oferecer retornos substanciais, e muitas delas são baseadas em projetos com fundamentos sólidos e inovações tecnológicas, como melhorias na escalabilidade e eficiência. Portanto, têm um potencial maior de crescimento no longo prazo.”
Subestimar os riscos associados às memecoins, mesmo diante da aceitação institucional e dos altos retornos, pode ser uma estratégia arriscada, conclui o especialista.
Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente, um trader transformou um investimento inicial de US$ 3.000 na memecoin PEPE em US$ 46 milhões no período de um mês, graças à disparada do token.