Bitcoin só vai subir depois que cair para US$ 50 mil, apontam analistas indicando 7 criptomoedas para esse período de volatilidade


O Bitcoin se beneficiou de uma agenda econômica mais fraca nesta segunda, 13 e os investidores estavam mais dispostos ao risco. No entanto, segundo Beto Fernandes, analista da Foxbit, em meio às divergências de discursos entre Jerome Powell e outros representantes do FED sobre o caminhar dos juros, é sempre bom manter a cautela embaixo do braço e analisar os dados divulgados.

“Há ainda um otimismo rondando o mercado, com o noticiário internacional dando conta de que os ETFs de Bitcoin em Hong Kong ainda não estão sendo negociados na China continental. Ou seja, apesar das restrições e muitos dribles necessários para tornar a venda destes fundos viável na China, caso o cenário de negociação se concretize, podemos ver um possível novo cenário de injeção de capital institucional”, disse.

Segundo o analista, outro fundamento importante que os investidores se agarram é a queda na venda de Bitcoin por parte dos mineradores, desde um forte pico em meados de março. Apesar de ainda movimentarem um nível considerável de criptomoedas para as exchanges, cada vez o volume tem sido menor, o que reduz as possibilidades de uma pressão vendedora tão extensa.

“Isso justifica, em partes, a capacidade dos investidores em conseguir lidar com a demanda e impedir quedas abaixo dos US$ 60 mil, pelo menos até o momento. Na análise técnica, a gente ainda observa um grande movimento lateral, com duas pequenas fugas para cima e para baixo, em momentos distintos de mercado, sendo um deles o último topo histórico. O estreitamento da banda de Bollinger acompanha ainda este movimento mais estreito, assim como o MACD, que apresentou vários ruídos desde o sinal de cruzamento das médias”, destaca.

Assim, para o analista da Foxbit, agora, será importante que o mercado aponte se testará a região dos US$ 69 mil e depois os US$ 71 mil ou, então, irá recuar ao suporte que, atualmente, está mais psicológico do que necessariamente técnico, na região dos US$ 52 mil.

Pedro Gutierrez, Business Development Manager LATAM da CoinEx, também aponta para uma queda no BTC e enfatizou que esta semana, o Bitcoin começa com um momento otimista, mas permanece dentro do canal baixista que se estabeleceu após o seu pico histórico.

Ele aponta que se os touros conseguirem romper a marca de US$ 64 mil e manter esta trajetória ascendente, isso poderia sinalizar uma mudança fundamental na tendência prevalecente.

“No entanto, dado o confinamento persistente do Bitcoin dentro do canal baixista nas últimas semanas, minha avaliação atual inclina-se para uma perspectiva baixista para a próxima semana, com potencial para uma queda em direção ao limiar de US$ 58 mil”. disse.

Ele também destaca que com base em uma análise de retração de Fibonacci do máximo histórico (ATH) do Bitcoin, suporte significativo foi encontrado em níveis-chave, especialmente US$ 60.900, representando a retração de 50%, seguido por US$ 58.000 correspondendo à retração de 38,2%.

“A semana que se aproxima promete revelar se esses níveis continuarão a influenciar a ação do preço. Na minha análise, sugiro que o Bitcoin pode precisar passar por uma fase corretiva, potencialmente caindo abaixo da marca de US$ 50 mil, antes de embarcar novamente em uma trajetória ascendente sólida. Tal correção poderia se alinhar com um reteste da média móvel de 200 semanas, uma métrica crucial no gráfico semanal”, destacou.

Bitcoin em tendencia de baixa

Coinbase

Que também aponta para uma tendência de baixa é a Coinbase. Em uma análise compartilhada com o Cointelegraph, a empresa destaca que  a ausência de uma direção macroeconômica clara resultou em uma persistente instabilidade no mercado do Bitcoin, refletida também em muitas altcoins.

Para a empresa, as correlações dentro da classe de ativos de criptomoedas permanecem próximas das máximas do ano até o momento. A incerteza atual decorre de uma combinação de fatores macroeconômicos, incluindo preocupações com a inflação nos Estados Unidos e movimentos do Federal Reserve.

No entanto, a Coinbase observou uma mudança no ímpeto do dólar americano após uma reunião do Federal Reserve mais dovish do que o esperado. Isso, juntamente com indicadores de emprego abaixo das expectativas, levou a uma revisão nas projeções de cortes nas taxas de juros nos EUA, impactando o valor do dólar e, consequentemente, os mercados de criptomoedas.

Quanto ao Bitcoin, a empresa destaca a importância das próximas impressões dos índices de preços ao produtor (PPI) e ao consumidor (CPI) como potenciais catalisadores macroeconômicos. Além disso, a Coinbase observou um influxo de capital no Grayscale Bitcoin Trust (GBTC), indicando uma mudança no sentimento do mercado em relação a produtos de investimento em criptomoedas.

“À medida que os fluxos de ETFs à vista dos EUA diminuem e passada a euforia em torno do halving, o mercado passa a procurar novos catalisadores de preço e, durante este período, as condições macroeconômicas passam a ter protagonismo na influência sobre a performance do Bitcoin. Na última semana, a expectativa por inflação e prazos prolongados de corte das taxas nos EUA levou a um fortalecimento do dólar, o que contribui com o Bitcoin fechando a semana em queda, seguido por altcoins, em correlação já observada em semanas anteriores”, disse Fábio Plein, diretor regional da Coinbase para as Américas.

7 criptomoedas para esse período de volatilidade

“Nós da Buena Vista Capital não costumamos analisar períodos curtos, mas é importante entendermos o contexto atual e as tendências de longo prazo”, destacou  Renato Nobile, gestor e analista da Buena Vista Capital.

Segundo ele, o último ano foi de recuperação para o Bitcoin e outras criptomoedas, impulsionado principalmente pelo crescimento do Bitcoin e Ethereum. Entretanto, Nobile ressaltou que dois eventos recentes impactaram o mercado de forma significativa: o lançamento de ETFs spot nos Estados Unidos e o halving do Bitcoin no mês passado.

“Apesar das expectativas de um mercado forte, vimos uma queda tanto no Bitcoin quanto em outras criptomoedas”, explicou o analista.

O gestor apontou que essa queda pode ser atribuída, em parte, a dados conflitantes de inflação nos EUA durante o primeiro trimestre.

“Os investidores estão buscando proteção e reduzindo a exposição a ativos de alto risco”, afirmou Nobile. “Como as criptomoedas são consideradas uma classe de ativos volátil e pouco regulamentada, são as primeiras a sofrer com essa redução de exposição”.

No entanto, Nobile enfatizou que, no longo prazo, o Bitcoin e algumas criptomoedas devem fazer parte de uma carteira de investimentos diversificada.

“Acreditamos que há um potencial significativo de valorização nesse mercado, tanto para investidores tradicionais quanto para os familiarizados com criptoativos”, destacou o analista.

Quanto às recomendações de investimento além do Bitcoin, Nobile mencionou o Ethereum como uma blockchain consolidada, com diversas aplicações reais. Ele também destacou projetos de infraestrutura como Solana, Polygon, Avalanche e Arbitrum, que têm mostrado consistência e adoção crescente.

Na classe DeFi, Nobile enfatizou a importância das Finanças Descentralizadas como uma ponte entre a indústria tradicional e o mundo das criptomoedas.

“Acreditamos que haverá mais conexão entre esses dois universos, facilitando o mercado financeiro e o desenvolvimento tecnológico das instituições”, concluiu o gestor.



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