Banrisul anuncia desenvolvimento de óraculos para aplicações do DREX

O Serpro e Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) anunciaram uma parceria para criar novas tecnologias para o DREX, moeda digital que o Banco Central do Brasil pretende lançar até o final do ano.

O Acordo de Cooperação Técnica (ACT) foi assinado na sexta-feira, 8, e as duas entidades já estão promovendo a integração de suas equipes de desenvolvimento e estudando cases.

“É um divisor de águas: vamos aprender juntos, errar juntos, em um ambiente seguro e, ao final, inovarmos juntos” anunciou o presidente do Serpro Alexandre Amorim. “Temos mais de 2.300 desenvolvedores que possuem um conhecimento profundo das tecnologias envolvidas nesse acordo”, complementou Ariadne Fonseca, diretora de desenvolvimento da empresa pública, “a troca de experiências com o Banrisul vai trazer inovações que poderão ser lançadas logo após a regularização do DREX”, concluiu.

A previsão inicial de duração do ACT é de um ano. A primeira ação será a criação de uma rede conjunta entre o Serpro e o Banrisul, voltada para publicação de contratos num ambiente de testes do que será futuramente usado pelo DREX.

A segunda fase será a de compartilhar, junto com as equipes de desenvolvimento do banco, conhecimentos relacionados a contratos inteligentes, uso de bases de dados e criação de aplicações. Além disso, haverá testes dos oráculos desenvolvidos pelo Serpro nas mesmas operações de transferência de valores que serão usadas no DREX.

Em um terceiro momento, o Serpro irá conhecer as aplicações do banco e avaliar a criação de soluções conjuntas envolvendo o DREX.

“Estamos vivendo um momento de disruptura no sistema financeiro brasileiro, como já demonstrou o PIX. A parceria com o Serpro é crucial para criarmos uma tecnologia de ponta, com o apoio da maior empresa pública de TI da América Latina” avaliou o presidente do Banrisul, Fernando Lemos.

Drex

À medida que o Brasil se aproxima da implementação do Drex, entre o final de 2024 e início de 2025, cresce a expectativa de uma revolução no ecossistema financeiro nacional, com impactos profundos na operação de empresas de variados setores. A integração da moeda digital promete não apenas maior eficiência e segurança nas transações financeiras, mas também uma evolução significativa em termos de agilidade operacional, redução de custos e aprimoramento da privacidade. 

Empresas estão em fase de preparação para acolher esta inovação, antecipando uma transformação abrangente em suas dinâmicas de negócios. De acordo com Pedro Lapenta, chefe de pesquisa da Hashdex, o principal ponto é que a introdução do Drex como uma plataforma tecnológica bastante focada na programabilidade do dinheiro, na interoperabilidade entre vários sistemas e na unificação de tudo dentro de uma mesma base de dados.

“O Banco Central enxerga a economia brasileira para o futuro, caminhando para ser totalmente tokenizada. Logo, precisa de uma plataforma tecnológica baseada em blockchain, como o Drex – desenhado para fazer isso. Vai facilitar o acesso à mercados capitais com custos menores e o desenvolvimento de novos produtos até então inexistentes”, diz.

Para Leandro Noel, CSO da BRLA Digital, o cenário é otimista para a fintech. “Atualmente, focamos em empresas que já utilizam blockchain em suas operações. Com o DREX facilitando transações interbancárias, esperamos um aumento significativo no número de companhias entrando nesse espaço, o que amplia nosso mercado de atuação”, diz. 

Ele afirma que a BRLA Digital possui uma auditoria mensal para confirmar a adequação de suas reservas. “Com o DREX, ao utilizar LFT tokenizada como lastro, poderemos mostrar em tempo real que as reservas superam os tokens emitidos, trazendo mais transparência”, pontua.

Para o executivo, à medida que a regulação se solidifica, oferecendo segurança jurídica, o mercado passa a enxergar o setor com mais legitimidade. Isso se traduz em aumento de atividade e liquidez, essenciais para o crescimento do setor e da BRLA Digital.

Fábio Canesin, CEO da 0XCarbon destacou que a compatibilidade com o DREX pode aumentar a adesão de novos clientes corporativos, buscando soluções alinhadas com as novas regulamentações financeiras e tecnológicas.



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