Análise da Coinext aponta se o Bitcoin vai subir para US$ 73 mil ou cair 20% nos próximos dias


Nesta sexta 05, houve uma volatilidade até considerável no preço do Bitcoin (BTC), principalmente por conta dos dados do payroll nos Estados Unidos. Porém, o mercado parece que optou por ignorar o aquecimento do mercado de trabalho e está deixando o tempo passar em relação aos juros.

Segundo Beto Fernandes, analista da Foxbit, a demanda por ETFs crescendo também ajudou na recuperação do BTC. Mas mais do que isso, a inclusão de cinco grandes bancos norte-americanos no fundo da BlackRock foi uma das cerejas do bolo, que comprovam a narrativa do interesse institucional pela criptomoeda.

“Alguns dados de roder books mostram ainda que boa parte dos BTCs vendidos recentemente já foram absorvidos pelos compradores, sugerindo  que, se a tendência é de baixa, ela pode não ser tão longa assim ou reverter a qualquer momento. Caso supere os US$ 69 mil, os especuladores posicionados em venda podem tomar uma forte liquidação”, destaca.

Já Tasso Lago, Especialista em Criptomoedas e Fundador da Financial Move, destacou que o movimento atual do BTC é apenas uma volatilidade menor do que o normal no mercado cripto, que passa por um período de consolidação, ou seja, por um período de mercado lateral, devido à proximidade do halving.

“Graficamente estamos entre os níveis de 74 mil dólares de resistência e 60 mil dólares de suporte.  No geral, eu espero o Bitcoin lateral até que os indicadores, os níveis gráficos sejam rompidos. Essa consolidação é muito importante para o mercado cripto, porque ela ocorre no nível do topo histórico do ciclo anterior, ou seja, a máxima de 2021 hoje é um ponto de consolidação” disse.

Segundo Lago, isso implica que dificilmente o Bitcoin vai cair abaixo dos 60 mil dólares no futuro. Ele argumenta que talvez esse seja o menor valor do Bitcoin para os próximos décadas e séculos.

“Com a entrada de ETF, o mercado tende a se amadurecer e provavelmente não veremos o Bitcoin em níveis abaixo. E ciclos de queda tão agressivos que nem nós tivemos nos últimos ciclos. Minha previsão seria ter um mercado cripto começando a ser mais estável e a grande chance de mudar de patamar de vida é agora”, apontou.

Bitcoin vai subir para US$ 73 mil ou cair 20% nos próximos dias

Ao observar o gráfico das stablecoins, Taiamã Demaman, líder de reasearch da Coinext, destacou o valor de capitalização de mercado das três principais criptomoedas estáveis do mercado: Tether (USDT), USDC (USDC) e Dai (DAI), que juntas acumulam cerca de US$ 590 bilhões.

Segundo ele, para atingirem seus máximos históricos anteriores, essas moedas necessitariam de um aumento impressionante de 80%. Já para alcançar o pico medido em Bitcoins, o aumento necessário seria de cerca de 57%.

Segundo o analista, isso sugere que os ETFs de Bitcoin têm tido um impacto positivo e que ainda existe um potencial significativo de capital a ser injetado no mercado de criptomoedas em comparação com o ciclo de 2021. Em outras palavras, o mercado ainda não sentiu completamente o impacto do ano de 2021, considerando o influxo proveniente dos ETFs.

“Do ponto de vista técnico, os próximos marcos de capitalização a serem alcançados por essas stablecoins situam-se em US$ 865 bilhões e US$ 1 trilhão de dólares, enquanto o suporte atual encontra-se em US$ 576 bilhões, seguido por um suporte menor em US$ 493 bilhões de dólares e posteriormente uma correção de 16%”, destacou.

Demaman aponta que pela primeira vez, o Bitcoin (BTC) encerrou acima dos US$ 69 mil em todos os marcos temporais, semanal, mensal e trimestral, o que, conforme a análise técnica, sinaliza uma tendência ascendente forte.

“Atualmente, na semana, o Bitcoin reverteu todo o avanço do candle semanal, negociando por volta dos US$ 66 mil, visando o alvo no triângulo semanal de US$ 61,1 mil. Hoje, os objetivos de alta permanecem estabelecidos em: US$ 75 mil; US$ 79 mil; US$ 84.3 mil; US$ 90 mil. Por outro lado, os suportes identificados pela análise técnica estão posicionados em: US$ 65 mil; US$ 58,2 mil; US$ 54,8 mil; US$ 52,7 mil”, afirma.

Ethereum contra o Bitcoin

O analista também aponta que no mercado de derivativos, a exposição gamma dos formadores de mercado na Deribit (ferramenta que simula posições financeiras) está altamente elevada, o que sugere uma redução da volatilidade, sobretudo após o fechamento do trimestre na semana passada.

Segundo ele, o Delta reflete a variação esperada no preço da opção para uma mudança de US$1 no preço do ativo subjacente, funcionando como um indicador da probabilidade da opção terminar “in the money” (com valor). Já o Gamma mede a taxa de variação do Delta em relação a mudanças no preço do ativo subjacente, destacando como a sensibilidade da opção ao preço do ativo muda.

“Isso significa que, para cada variação de um dólar no preço do Bitcoin, seja para cima ou para baixo, os dealers precisarão realizar operações de compra ou venda, atuando sempre na direção contrária quando a exposição gamma é significativa, movimentando cerca de US$ 3,184, como ilustrado na imagem a seguir”, afirma.

Bitcoin em vias de alta

“Explorando os mapas de liquidação e o momentum de curto prazo (tendência de um ativo manter um movimento direcional no mercado durante um curto período, baseado na força de seu desempenho recente), observa-se a chance de seu preço alcançar até US$ 68 mil. Por outro lado, no caso de uma redução, há liquidações acumuladas superiores a meio bilhão de dólares na faixa de preço que vai de US$ 65 a US$ 61 mil para o ativo em questão”, destaca.

Análise on-chain sobre o Bitcoin

Segundo Demaman, até agora, não emergiram indícios de alterações no período trimestral do Bitcoin. Nesta fase breve de correção, prevê-se que investidores de curto prazo procedam à venda de ativos com prejuízo, aproximando-se do valor médio atual, que se situa em US$ 56 mil (indicado pela linha vermelha).

Bitcoin em tendencia de alta

Portanto, ele destaca que as quedas observadas até este momento são vistas sob uma perspectiva positiva, a menos que se inicie uma venda contínua por detentores de longo prazo.

Ele também chama a atenção sobre a  análise dos dados da última semana que revela que o montante total de vendas alcançou US$ 1,14 bilhão, oriundos exclusivamente de vendas realizadas pela Grayscale. Apesar disso, o resultado líquido da semana foi positivo, com US$ 808 milhões, refletindo uma constante acumulação por parte dos investidores institucionais.

Sobre o Ethereum (ETH), quando avaliado em Bitcoin (BTC) — ou seja, quantos BTCs são necessários para comprar um ETHs — retorna aos níveis de preço de junho de 2022. A desvalorização do Ethereum em comparação com o Bitcoin foi intensificada pelo adiamento da decisão e possível rejeição de seu ETF.

“Isso apresenta outra chance de acumular Ethereum através da compra com Bitcoins. Essa comparação entre BTC/ETH é particularmente interessante, pois oferece insights sobre qual das duas criptomoedas está apresentando um desempenho melhor em um determinado período. Investidores podem usar essas informações para tomar decisões de compra, venda ou manutenção de posições, dependendo de suas estratégias de investimento e visões de mercado”, destaca.

Do ponto de vista gráfico, segundo o analista, os objetivos de alta estabelecidos são 0,053 e 0,05673 ETH. Estes são seguidos pela resistência definida pela tendência anual (representada pela linha cinza), alcançando até 0,06924 e 0,085 BTC por Ethereum.



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