O Consumer Financial Protection Bureau (CFPB) dos Estados Unidos focou nos jogos com ênfase em criptoativos em um relatório recente, alertando contra golpes e a baixa proteção ao consumidor em videogames e mundos virtuais.
Em seu relatório “Banking in video games and virtual worlds” publicado na quinta-feira, 4 de abril, a agência de proteção ao consumidor destaca o crescente interesse entre os criadores de jogos em conectar itens virtuais à realidade.
Apesar de ainda estar atrás de plataformas de jogos mainstream como Roblox ou Fortnite, a agência destacou o crescimento dos ativos cripto em mundos virtuais. Plataformas de negociação de terceiros permitem que os usuários convertam ativos digitais em moeda fiduciária. O relatório declara:
“Notavelmente, alguns dos maiores editores de mundos de jogos virtuais expressaram interesse crescente em posicionar seus itens virtuais como ativos cripto que têm a capacidade de ser negociados fora da economia do jogo.”
Os ativos cripto em ambientes virtuais como Decentraland e The Sandbox podem ser trocados por moeda fiduciária em outras plataformas de criptomoedas, afirmou o relatório.
Alexander Grieve, líder de assuntos governamentais na Paradigm, disse que relatórios como o publicado pelo CFPB podem sinalizar ações regulatórias futuras. Ele sugeriu que o CFPB, como muitas agências federais, está buscando seu papel regulatório no criptoespaço, com este relatório servindo potencialmente como uma das vias.
O relatório do CFPB afirma que os jogos online e os mundos virtuais estão se tornando semelhantes ao banco tradicional, mas carecem de proteções federais. A agência recebeu queixas sobre tentativas de hacking, roubo de contas e ativos perdidos dentro dos jogos, com consumidores expressando insatisfação pela falta de suporte das empresas de jogos.
O diretor do CFPB, Rohit Chopra, destacou a tendência crescente de americanos convertendo bilhões de dólares em moedas digitais para jogos. Com bancos e pagamentos migrando para reinos virtuais, o CFPB disse que visa proteger os consumidores contra fraudes e golpes.
O CFPB voltou sua atenção para as criptomoedas, introduzindo uma regra proposta intitulada “Defining Larger Participants of a Market for General-Use Digital Consumer Payment Applications.” Esta regra concede à agência supervisão sobre “empresas não bancárias maiores” que fornecem serviços de carteira digital e aplicativos de pagamento.
Exige que entidades financeiras não bancárias que processam mais de cinco milhões de transações anualmente adiram a regulamentações semelhantes às impostas a grandes bancos e cooperativas de crédito. Embora a regra de 62 páginas faça referência escassa à criptomoeda, críticos contestam que ela “afirma autoridade sobre a criptomoeda” de forma inadequada.