10 analistas apontam se o Bitcoin vai cair 50% ou subir 30% com o halving neste final de semana


Taiamã Demaman, líder de reasearch da Coinext, escreveu uma análise sobre o mercado de cripto, desde o cenário pré halving, até os ETFs de Bitcoin, em busca de ajudar os investidores de criptomoedas a entender o atual cenário atual.

Segundo ele, os conflitos bélicos entre Irã e Israel tiveram um forte impacto no mercado cripto, resultando em uma queda de 11%. O preço do Bitcoin caiu abaixo de US$ 60 mil nos contratos futuros, testando os US$ 67 mil antes de se estabilizar em torno de US$ 63 mil.

Acompanhando essa queda, houve um aumento na busca por ativos sólidos por parte dos investidores, levando à quebra da faixa de 50-54% na dominância do Bitcoin (BTC.D no TradingView) após 161 dias de lateralização.

O analista aponta que ao atingir a resistência de 57%, a dominância atingiu máximas de 3 anos, indicando que estamos nos aproximando do fim dessa fase de consolidação, que já dura sete semanas. No entanto, é crucial manter-se acima de 54,45% para confirmar essa perspectiva.

Demaman destaca que do ponto de vista gráfico, o Bitcoin está mostrando sinais de uma continuação da queda, com níveis de suporte diários em US$ 60 mil, US$ 55.4 mil e US$ 48.300. Enquanto isso, os principais níveis de suporte em termos de volume estão em torno de US$ 52.770 e US$ 46.200 mil.

“É importante notar que a tendência no gráfico diário é menos significativa do que aquelas nos gráficos semanais e em outros intervalos de tempo mais longos, que ainda apontam para uma tendência de alta. Portanto, uma correção já está em andamento no gráfico diário e possivelmente no gráfico semanal, com uma confirmação esperada para o próximo domingo às 21h. No gráfico mensal, só podemos fazer suposições caso o fechamento ocorra abaixo de US$ 54 mil dólares em maio”, disse.

Indicador de medo e ganância

Para o analista, o Indicador de medo e ganância permanece em território de ganância, embora mostre uma diminuição da euforia. O cenário ideal de consolidação ocorrerá quando os dias oscilarem entre 40 e 55 pontos neste indicador.

“Os indicadores on-chain permanecem favoráveis, mas também sugerem sinais de desaceração. Além disso, observamos que o indicador que representa (em verde) a proporção do mercado em lucro cai abaixo da linha 95%, um padrão que frequentemente surge durante períodos de consolidação em um mercado de alta”, destaca.

Ele também aponta que no mercado de futuros, as liquidações recentes indicam um cenário favorável para uma possível alta de curto prazo, elevando potencialmente o preço para cerca de US$ 67 mil.

Já os ETFs encerram em território negativo, influenciados pelos fluxos contínuos de venda da Grayscale, resultando em uma perda de participação de mercado, enquanto os investidores da Blackrock compram menos, mas ainda mantêm um desempenho positivo.

“O mercado de criptomoedas está passando por um período de consolidação, com possíveis quedas nas próximas semanas devido às vendas dos mineradores, que em momentos de halving vendem seus Bitcoin para investir em novos equipamentos de mineração, e ao pessimismo no mercado tradicional, influenciado pela manutenção das taxas de juros, possivelmente devido ao fluxo imigratório, que limita os cortes esperados nas taxas de juros”, disse.

Analista da S&P Global

Andrew O’Neill, Diretor Administrativo e Co-presidente do Laboratório de Pesquisa de Ativos Digitais da S&P Global, alertou que o preço não é o fator mais importante e nem o unico que sofrerá impactos com o halving e destacou que algumas operações de mineração de Bitcoin podem se tornar não lucrativas e até mesmo fechar, especialmente aquelas com custos de energia mais altos.

Olhando para o futuro, O’Neill prevê que os desafios de lucratividade podem continuar impulsionando a consolidação na indústria de mineração de Bitcoin. Ele sugere que, à medida que a redução dos custos de energia se torna mais importante, os mineradores continuarão buscando parcerias para fornecer equilíbrio de carga às redes de energia, o que poderá melhorar a economia dos projetos de energia renovável.

Além disso, o especialista enfatiza que a adoção crescente da blockchain do Bitcoin será essencial para impulsionar a receita com taxas de transação e preservar a viabilidade econômica da mineração. Ele observa que, historicamente, as taxas de transação aumentaram principalmente em momentos de frenesis especulativos de negociação. No entanto, com o surgimento dos ordinals e tokens BRC-20 em 2023, ele sugere que isso pode mudar, fornecendo um suporte mais forte para as taxas de transação.

Comprar ou vender

Ryan Grace, chefe da tastecrypto, apontou que o halving não é um catalisador de preços e é provável que seja um evento de ‘venda de notícias’. Os traders que compram antes do halving já estão no BTC. No entanto, ele acredita que as correções terão vida curta. Usando as recentes aprovações de ETF como ponto de referência, o BTC corrigiu -20% após as notícias.

“Não há uma conclusão clara dos ciclos anteriores do halving. O BTC caiu -10% 1 mês depois, após o halving de 2016, e +8% no mês seguinte ao halving de 2020. Durante ambos os períodos, o preço do BTC foi negociado dentro de uma faixa de 20% ao longo do mês seguinte à data do halving. Se este ciclo seguir os últimos ciclos de halving de 4 anos, poderemos ver um preço do BTC acima de US$ 150.000 em seu pico. Mais importante ainda, a existência de ETFs e o aumento da liquidez global impulsionarão os preços após o halving, e não o halving em si”, afirmou.

Já Fábio Plein, diretor regional da Coinbase para as Américas,  afirma que olhando para o futuro, há vários fatores macro além do halving que provavelmente também terão um impacto significativo sobre os preços do bitcoin, como a política monetária do Federal Reserve dos EUA, por exemplo.

Ele também afirma que com apenas três halvings registrados na história do Bitcoin, as evidências atuais de como os mercados reagiram a esses marcos ainda são limitadas e que grande parte do forte desempenho do Bitcoin após o último halving em maio de 2020 ocorreu em um ambiente com uma política monetária extraordinariamente frouxa e um estímulo fiscal historicamente forte em resposta à pandemia de Covid-19.

“Além do impacto no preço, o halving também estimula a inovação na mineração – pois leva os mineradores a otimizar o consumo de energia e aumentar o poder de hash -, aumenta o envolvimento da comunidade em discussões construtivas sobre o ecossistema cripto e incentiva a adoção por novos investidores, que estão interessados em aprender mais sobre criptomoedas e como iniciar sua jornada com elas”, afirmou.

Comprar ou vender com o halving

Guilherme Sacamone, Diretor Geral da OKX Brasil, destacou que está animado pelos efeitos pós-halving, pois acredita que este ciclo se diferencia dos anteriores devido ao alcance do preço máximo histórico do Bitcoin em dólares antes do halving.

“Consequentemente, com a redução do valor recebido pelos mineradores, e uma força de compra que não deverá ser impactada no curto prazo, especialmente com os ETFs e a probabilidade de uma taxa de juros mais controlada na economia dos EUA. Assim, apenas o lado da oferta deverá sofrer redução. Isso nos coloca em um dos momentos mais interessantes da história do Bitcoin e do mercado cripto”, apontou.

Já Eric Anziani, Presidente e COO da Crypto.com, afirmou que embora tenhamos presenciado algumas vendas recentes, isso é muito semelhante à fase de consolidação que observamos em ciclos de halving anteriores e, no geral, acreditamos que este evento terá um impacto positivo no mercado.

“O Bitcoin continuou sendo um investimento resiliente e altamente atrativo para investidores institucionais e de varejo. Como empresa, vemos o Bitcoin como um ativo que cria mais valor conforme é mantido por anos, e não apenas semanas ou meses”, aponta.

 Monica Long, Presidente da Ripple, destaca que este próximo halving do Bitcoin é único devido a dinâmicas de mercado adicionais, incluindo um recente recorde de preço do BTC, os primeiros ETFs de Bitcoin Spot dos EUA aprovados no início de 2024, e continuamos vendo grandes instituições financeiras como Fidelity, Itaú Unibanco e BlackRock adotarem a tecnologia para facilitar aos seus clientes negociar e manter ativos criptográficos.

“A Ripple também está vendo isso diretamente através da demanda de nossos clientes como o HSBC, que buscam soluções de custódia de cripto para tokenizar ativos do mundo real, além de desenvolvedores criando novos projetos no XRPL”, afirma.

Luiz Haddad, Consultor de Web3 da Sherlock Communications, analisa que nos últimos 4 anos e comparamos o Bitcoin com outras moedas, como Dólar Americano – USD (inflação de 18%), o Euro (inflação de 19.44%) ou o Real (inflação de 24,99%), verificamos uma valorização de 677% do  Bitcoin, que saiu de US 9 mil para US 60 mil, e uma desvalorização média de 20% das moedas mencionadas.

“Com os crescentes conflitos no Oriente Médio, envolvendo Israel, Palestina e Irã, houve uma queda nos preços de ativos de risco, e com o Bitcoin não foi diferente. Além da tradicional correção pré-halving, os conflitos militares  também afetaram os humores do mercado, derrubando o preço do Bitcoin”, afirma.

Rodrigo Batista, CEO da Digitra.com, apontou que tecnicamente, se a principal criptomoeda fracassar novamente em romper o patamar de US$ 72 mil, o preço poderia cair abaixo dos US$ 60 mil novamente.

“Historicamente, altas expressivas aconteceram algum tempo depois do halving, sendo que em alguns casos, o BTC chegou a cair logo após o evento. Por outro lado, a recente queda pode ter antecipado parte desse movimento, deixando espaço para novas altas”, comenta.



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