O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve acelerar no segundo mês de 2024 — o dado será divulgado nesta terça-feira (12), às 09 horas, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo especialistas, passagens aéreas, gasolina, educação e transportes justificam a alta esperada para a inflação de fevereiro.
A Warren Investimentos projeta uma alta de 0,83% no IPCA de fevereiro e variação de 4,49% em 12 meses. A projeção de 2024 é de 3,95%, considerando um balanço de riscos baixista. Para 2025, a corretora aposta em 3,5%.
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Para Felipe Vasconcellos, sócio da gestora Equus Capital, a expectativa do mercado é de que a inflação seja de 0,77% em fevereiro. Uma alta considerável em relação ao valor registrado em janeiro, de 0,42%.
Se esse resultado se confirmar, a inflação acumulada nos últimos 12 meses atingirá 4,44%, representando uma desaceleração em comparação com janeiro (4,51%) e também situando o índice dentro do limite máximo da meta de inflação do ano (4,5%).
IPCA: O que esperar dos dados de inflação de fevereiro?
A estrategista de inflação da Warren, Andréa Angelo, destaca o grupo de alimentos no domicílio deve puxar o IPCA para baixo, apesar de alta — devido, principalmente, aos alimentos in natura, como batata, tomate e frutas, além de carnes e ovos. Com isso, ela projeta uma elevação de quase 0,97%.
“Se estivermos corretos, em apenas dois meses do ano acumulará alta de mais de 3%. No entanto, este é um grupo que vemos simetria baixista em relação a nossa projeção do ano, que é de alta de 5,5%”, aponta.
Para a estrategista, o grupo apresenta simetria baixista comparada a projeção do ano, que é de alta de 5,5%. Sendo assim, o risco vem do desempenho muito favorável da oferta de bovinos e frango, além do arroz e feijão — que devem iniciar a reversão da alta dos últimos meses.
“Na avaliação qualitativa, as principais medidas de núcleos deverão apontar variação média de +0,47%, acelerando em razão ao dado anterior (0,40%) ou, 4% em 12 meses”, diz.
Outro ponto de atenção é a inflação de serviços subjacentes. Angelo estima que esse grupo poderá atingir +0,56%. Com isso, os serviços podem desacelerar em relação ao IPCA de janeiro, e se estabilizar em 5% no acumulado de 12 meses.
No ano, é esperada uma alta de 5% para esse segmento — o que o leva a permanecer como risco altista, e a corretora aponta ser um fator importante desde a leitura do IPCA-15 de dezembro.
Para o economista Volnei Eyng, CEO da Multiplike, a inflação sob controle encoraja à tomada de crédito, mas, ainda assim, o mercado segue otimista e cauteloso.
“O tomador já não tem medo de captar crédito e ver a inflação disparar, e o credor também não tem medo de ficar com o crédito mal-concedido”, explica.