Dados da empresa de análise em blockchain TRM Labs mostram que houve queda no uso de criptomoedas para atividades ilícitas em 2023. De acordo com a empresa, criminosos movimentaram quase US$ 35 bilhões em criptomoedas no ano passado.
Embora alto, o número foi 9% menor do que o registrado no ano de 2022. Nesse sentido, o relatório, intitulado “The Illicit Crypto Economy” confirma a tendência histórica de queda no uso de criptomoedas para fins ilícitos.
Divisão de crimes
O montante de US$ 35 bilhões diz respeito a todos os crimes cometidos utilizando criptomoedas. Desse total, cerca de um terço corresponde a golpes e fraudes. Mesmo com a queda, a TRM aponta que o valor é substancialmente maior do que as estimativas existentes de outras empresas do setor.
A Chainalysis, por exemplo, divulgou seu relatório de crimes em janeiro de 2024 e colocava em US$ 24 bilhões o valor de crimes cometidos com criptomoedas. Já os dados da TRM mostram que a cifra foi mais de US$ 10 bilhões acima disso. Em 2022, a empresa aponta que a cifra chegou a quase US$ 40 bilhões.
A pressão regulatória parece ter resultado numa queda nos volumes de fundos roubados expostos a sanções. O relatório disse que somente os EUA “triplicaram o número de entidades e indivíduos ligados a crimes criptográficos sujeitos a sanções”.
Grupos de hackers ligados à Coreia do Norte, como o Lazarus, roubaram 30% menos do que em 2022. As receitas dos hackers de forma geral caíram mais de 50%, chegando a US$ 1,8 bilhão, contra US$ 3,7 bilhões em 2022.
Drogas e Deep Web
O relatório da TRM também destacou o uso de criptomoedas na compra de drogas e outras substâncias ilícitas. A principal delas é o fentanil, droga que virou caso de saúde pública nos Estados Unidos. Mas o uso de criptomoedas para adquirir a droga caiu 50% em volume entre 2023 e 2022.
No entanto, as vendas dos fornecedores aumentaram mais de 97% na comparação ano a ano, saindo de US$ 16 milhões para US$ 33 milhões.
Outro dado que cresceu foram as vendas de drogas ilícitas nos mercados da Deep Web. Essas operações tiveram um aumento de US$ 300 e movimentaram US$ 1,6 bilhão em 2022, contra US$ 1,3 bilhão em 2022.
O relatório disse que quase metade de todo o volume de transações ilícitas ocorreram na blockchain da Tron (45% em 2023, acima dos 41% em 2022). Quanto ao uso de stablecoins, a USDT teve a maior parcela do volume ilegal com US$ 19,3 bilhões, em comparação com Ethereum (24%) e Bitcoin (18%).