Receber um pacote composto por ações, debêntures e algum dinheiro vivo é a opção escolhida pelos credores que detêm a maior parte das dívidas da Americanas (AMER3), que pediu recuperação judicial em janeiro de 2023, após a descoberta de fraudes bilionárias em sua contabilidade.
No plano de recuperação judicial (PRJ) homologado pela Justiça, esse combo de papéis e dinheiro é conhecido como Opção de Reestruturação II (Cláusula 6.2.6 do PRJ). Segundo o fato relevante divulgado pela Americanas nesta terça-feira (16), até este momento, esta é a opção escolhida por credores que representam R$ 34,197 bilhões em dívidas. A cifra corresponde a 81% dos R$ 42,127 bilhões que a varejista tem a pagar.
A Opção de Reestruturação I (Cláusula 6.2.5 do PRJ) atraiu bem menos interessados, que representam um total de R$ 241,2 milhões a receber. O montante equivale a pouco mais de 0,5% das dívidas da Americanas. Quem escolher esse caminho receberá o que lhe é devido apenas em janeiro de 2039. Além disso, a empresa pagará apenas 30% do que deve, aplicando um deságio, portanto, de 70% sobre a dívida original. As obrigações em reais serão corrigidas pela TR (Taxa Referencial). Já valores em dólares não terão correção.
Americanas (AMER3): Valores ainda podem mudar
Ainda no fato relevante de hoje, a Americanas sublinha que os valores apresentados são “estimados, com base nas informações disponibilizadas à companhia até a presente data”, por isso, não devem ser interpretados “como orientação para a tomada de decisão pelos credores.”
A empresa acrescenta que os valores alocados para cada opção de pagamento prevista no plano de recuperação judicial ainda podem mudar, em função de diversos fatores, inclusive a alteração da própria relação de credores, que é atualizada “de tempos em tempos”, nos termos do próprio plano.
Veja o fato relevante da Americanas (AMER3) sobre as escolhas dos credores para receber o que a empresa lhes deve: