O Bitcoin (BTC) se aproxima do final do primeiro trimestre em torno dos US$ 70.000, acumulando ganhos de 65% até agora em 2024. Até aqui, a maior criptomoeda do mercado ocupa o posto de melhor investimento do ano com uma larga vantagem sobre o ouro, que com 21% de valorização garantiu a 2ª colocação nesta disputa particular.
Enquanto isso, em posição diametralmente oposta, coube ao mercado acionário doméstico a última posição do ranking dos melhores investimentos no primeiro trimestre de 2024. O índice Ibovespa amargou uma performance negativa de -4,5% nos três primeiros meses deste ano, na contramão do mercado acionário dos EUA. O Índice S&P 500 fechou o trimestre flertando com novas máximas históricas.
Mercado de criptomoedas em tendência de alta com memecoins liderando os ganhos
O começo de ano no mercado de criptomoedas foi marcado pela euforia em torno da aprovação dos ETFs de BTC à vista nos Estados Unidos. Os aportes dos investidores institucionais foram determinantes para a renovação do recorde histórico do preço do Bitcoin antes do halving – um fenômeno que jamais havia ocorrido nos 15 anos de história do BTC.
O evento vai reduzir as recompensas por bloco minerado do Bitcoin de 6,25 BTC para 3,125 BTC, e, está previsto para daqui a 20 dias, de acordo com o CoinMarketCap.
Entre os membros da comunidade cripto, espera-se que a redução pela metade da emissão de novos BTCs exerça ainda mais pressão sobre uma oferta cada vez mais escassa, contribuindo para a manutenção ou até mesmo para uma possível aceleração da tendência de alta recente.
No entanto, alguns analistas alertam que o cenário macroeconômico de inflação elevada e juros altos nos Estados Unidos, além dos inúmeros focos de tensão geopolítica podem frustrar os investidores.
Além disso, o atual ciclo de alta das criptomoedas parece estar se estruturando sobre uma dinâmica mais acelerada, diferente de ciclos anteriores, tornando a previsão dos movimentos do mercado mais desafiadora.
Independentemente do que o futuro reserva para os traders, o mercado de criptomoedas fecha o primeiro trimestre puxado pela força do Bitcoin, com valorizações ainda maiores de algumas altcoins, e dos ganhos exponenciais das memecoins.
Entre as 10 maiores criptomoedas do mercado, destacaram-se especialmente a Binance Coin (BNB), com valorização de 91% e a Solana (SOL), com 87%. Segunda maior criptomoeda por capitalização de mercado, o Ether (ETH) entregou ganhos de 52%, ficando abaixo do Bitcoin, mas ainda assim muito acima de ativos do mercado tradicional.
Ao passo que os maiores ganhos até agora em 2024 cabem às memecoins Dogwifhat (WIF), Floki (FLOKI) e Pepe (PEPE), com valorizações de 2.437%, 578% e 516%, respectivamente, de acordo com dados do CoinMarketCap.
Ouro renova máxima histórica
O ouro também vem mostrando força no começo de 2024. Em alta de 21% desde o começo de 2024, o metal precioso renovou a sua máxima histórica na quinta-feira, 28 de março, quando uma onça de ouro atingiu a cotação recorde de US$ 2.236.
Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente, o recente rali do ouro pode estar sendo impulsionado por uma aliança geopolítica estratégica da China com a Rússia.
Enquanto isso, o mercado acionário dos EUA segue forte graças às empresas de tecnologia e à euforia em torno dos recentes avanços no campo da inteligência artificial (IA).
O índice S&P 500 fechou o primeiro trimestre em 5.254 pontos, com uma alta acumulada de 10,8% neste ano até agora, de acordo com dados do Google Finance. Trata-se do melhor primeiro trimestre do principal índice de ações dos EUA desde 2019.
Ibovespa sofre com fuga de capital estrangeiro e pressão política
Em desalinho com os mercados de renda variável internacionais, o Ibovespa começou o ano no vermelho. A força do mercado acionário americano teria contribuído para a fuga do capital estrangeiro da B3, segundo declarou Nilson Marcelo, analista quantitativo da CM Capital ao portal e-investidor:
“O saldo do investimento estrangeiro no Brasil em 2024 está negativo e impacta diretamente na lateralização e na queda dos preços das ações, fazendo com que o nosso mercado esteja de fora da festa que vem ocorrendo em outros mercados, como o europeu, que vem atingindo máximas históricas constantemente.”
Fatores políticos também seriam responsáveis pelo fraco desempenho do Ibovespa, de acordo com Fábio Louzada, economista e fundador da “Eu me banco”:
“A recente interferência na distribuição de dividendos da Petrobras, por exemplo, foi um fator que pesou e trouxe preocupação para os investidores. Com o aumento da percepção de risco, muitos investidores saem da bolsa e partem para outros investimentos.”
Em baixa de 4,5% no acumulado do ano, o Ibovespa fica atrás do dólar, do CDI de instrumentos de renda fixa, e da poupança, que renderam 3,2%, 2,5% e 1,7%, respectivamente, em 2024 até agora. Os dados são da Elos Ayta Consultoria.
Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente, analistas estão de olho no fechamento das velas semanal, mensal e trimestral do Bitcoin no domingo, 31 de março. Segundo eles, um fechamento acima de US$ 69.000 é fundamental para que o preço do Bitcoin mantenha a tendência de alta no segundo trimestre.