Nos últimos sete dias, o trader bilionário e ex-CEO da BitMex, Arthur Hayes, investiu US$ 500.000 no PENDLE, o token nativo do protocolo de rendimentos de finanças descentralizadas (DeFi) de mesmo nome.
As transações verificáveis on-chain foram identificadas em uma postagem no X (antigo Twitter) do perfil da WuBlockchain, que mostra que Hayes realizou três transações entre 3 e 6 de maio que elevaram suas participações em Pendle para mais de US$ 8 milhões, a preços atuais de mercado.
A compra havia sido antecipada no último ensaio de Hayes publicado em seu blog pessoal dedicado ao mercado de criptomoedas, no qual afirmou:
“Para posições de longo prazo em shitcoins, estou aumentando minhas alocações em Pendle e identificarei outros tokens que estão “com desconto. Usarei o restante de maio para aumentar minha exposição.”
Ao final do texto, Hayes alerta que é conselheiro e investidor da Pendle e que ganhou tokens do projeto em troca dos serviços prestados. O fato é que atualmente ele possui 1,5 milhões de tokens PENDLE. Acumulados a um preço médio de US$ 2,02, o token lhe garante, hoje, um lucro no papel de US$ 4,89 milhões.
Em um ano, o PENDLE disparou de US$ 0,38 para US$ 4,65 – uma valorização de 1.380%, de acordo com dados da CoinGecko. Desde o início do ano, os ganhos são de 270%, mas já chegaram a 495%, quando o token atingiu a máxima histórica de US$ 7,50 em 11 de abril.
Performance do preço do PENDLE em dólares em um ano. Fonte: CoinGecko
Alta do PENDLE baseia-se em fundamentos ou é apenas hype?
A Pendle é um protocolo de real yield que introduz conceitos de renda fixa no universo das finanças descentralizadas. Sua proposta é permitir que os usuários especulem com o valor futuro de tokens que oferecem rendimentos, como derivativos de staking líquido ou quaisquer outros ativos que gerem renda passiva.
A inovação da Pendle reside na capacidade de separar a propriedade desses ativos em dois componentes: o yield que esses ativos gerarão no futuro e o próprio ativo base. Essa separação cria oportunidades inéditas de investimento em DeFi.
Quando um usuário deposita tokens que geram yield no protocolo Pendle, o processo de “separação” é acionado, dividindo o ativo em OTs (Ownership tokens, ou tokens de propriedade, em tradução livre) e YTs (yield tokens, ou tokens de rendimento). O usuário pode então decidir manter ambos os tipos de tokens, vendê-los ou utilizá-los em estratégias de investimento diferentes.
A Pendle inaugurou uma série de novos casos de uso para tokens que geram rendimento passivo para os seus detentores.
É possível atuar como provedor de liquidez na Pendle, depositando tokens de renda variável no protocolo. Há também um mecanismo que transforma tokens que rendem juros voláteis em tokens de renda fixa, enquanto os usuários do protocolo podem especular se esses juros vão subir ou cair.
Aproveitando-se do frenesi em torno da temporada de airdrops de tokens de restaking e restaking líquido, a Pendle criou um produto que permite alavancar a quantidade de pontos que os usuários ganham por manter determinados ativos e especular em cima desses pontos, criando um outro novo mercado.
Com todas essas inovações, a Pendle tornou-se o sétimo maior protocolo DeFi em valor total bloqueado, com mais de US$ 7 bilhões, de acordo com dados do Defi Llama, beneficiando-se também do crescimento do setor de restaking e de todo o ecossistema que se criou em torno dele.
Segundo o analista independente Orlando Telles, o investimento em protocolos de yield como a Pendle configuram uma das melhores oportunidades para traders de criptomoedas daqui por diante em 2024.
Como ele declarou em uma edição do seu boletim diário sobre o mercado publicada no mês passado, existirá um forte movimento especulativo em torno do projeto enquanto existirem usuários farmando airdrops do setor de restaking, especialmente da Ethena (ENA) e da Karak.
Telles destaca ainda que a eficiência financeira é uma condição importante para impulsionar o crescimento exponencial de projetos durante os mercados de alta, e a Pendle vem cumprindo muito bem esse papel, alavancando setores que por si só estão em forte crescimento.
Em uma análise sobre a Pendle publicada na edição de 6 de maio do Minuto Cripto, a Mercurius Crypto destacou que a “plataforma acabou se tornando o buraco negro de liquidez de todos os tokens de staking e restaking.” Embora tenha crescido muito desde o começo do ano, o protocolo “ainda tem potencial para continuar crescendo.”
Segundo os analistas da Mercurius Crypto, o PENDLE “ainda tem uma capitalização de mercado muito baixa em relação ao tamanho do seu produto.” Atualmente, ocupa a 170ª posição no ranking geral das criptomoedas. A Mercurius Crypto acredita que o token pode chegar ao menos ao top 50.
O ponto fraco da Pendle é a dependência excessiva dos setores de staking e restaking. Apesar de estarem em crescimento, “ainda não são robustos o suficiente” e carecem de sustentabilidade no longo prazo, pois são baseados em incentivos econômicos e airdrops. O fim da temporada de airdrops ou a queda nos rendimentos de staking poderão ter um impacto negativo sobre a Pendle e o seu token nativo, alertam os analistas.
Um dos principais airdrops do setor de restaking foi anunciado no fim do mês passado, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil. Em 30 de abril a Eigen Layer divulgou os critérios de elegibilidade e o bloqueio temporários dos tokens a serem distribuídos aos usuários do protocolo, causando o descontentamento de grande parte dos membros de sua comunidade.
Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletem as posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar uma decisão.